Em 12 de janeiro de 2011 a Região Serrana acordava assolada por um mar de lama. A forte chuva que atingiu a região durante a madrugada vitimou 918 pessoas. Três anos depois cerca de 121 pessoas continuam desaparecidas, a maioria no município de Teresópolis. Em Nova Friburgo, o número de desaparecidos é de 19. Mais toda essa numeração é contestada. Moradores de vários bairros e cidades afirmam que centenas de casas desapareceram sobre as montanhas de lama que desceram dos morros e nunca foram sequer procuradas.
O terceiro ano da maior tragédia climática do Brasil é marcada pela falta das tão prometidas casas populares. Os governos estadual e federal prometeram a construção de cerca de cinco mil moradias, até o momento somente 966 foram entregues, todas em Nova Friburgo. Foram 906 apartamentos entregues no bairro de Conselheiro Paulino, outros 1400 estão sendo construídos e tem prazo de entrega para 2014. Outras 50 casas pré montadas foram erguidas no bairro Parque das Flores.
Aos poucos a cidade vai se reestruturando, mas as marcas ainda são visíveis. Rodando pela cidade é possível ver obras em encostas, casas marcadas para demolição ainda de pé e locais onde a tragédia parece ter ocorrido há alguns dias, só sendo nítida a passagem de tempo a visão do mato crescendo nos locais abandonados.
Encosta na Praça das Colônias recebe contenção
Os três anos da tragédia também foram marcados pelo esquecimento. Ao contrario dos dois anos anteriores nenhuma manifestação foi registrada na cidade. Nos bairros mais atingidos a calmaria era um contraste com a manhã do fatídico janeiro de 2011. Nas redes sociais muitos deixaram suas homenagens aos entes e amigos mortos. Uma dor silenciosa, recheada de revolta pela morosidade e corrupção que tomou conta das cidades no pós tragédia.
Calçada, no bairro Vila Amélia, foi arrastada pela chuva e até hoje nada foi feito. Mato alto aumenta os riscos de queda.
Casa no Córrego Dantas está abandonada e aguarda demolição
Mesmo após 3 anos, carro continua soterrado na Vilage
Grande contenção está sendo feita no local conhecido como Tauru
No Loteamento Barão um prédio inteiro está abandonado
Loteamento Barão - Casa ainda tem marca da altura na qual a água chegou
Prédio na Rua Cristina Ziede é símbolo da destruição e da esperança com o resgate de Nicolas, na época com seis meses
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